terça-feira, 28 de junho de 2011

Não é só Fervo

Hoje é dia do Orgulho LGBT, um momento onde pessoas saem nas ruas para mostrar a todos, batendo no peito, que não há motivos para ter vergonha de ser diferente em relação a sua orientação sexual.
Sempre fui muito desligada de paradas do Orgulho LGBT, sei que aqui, em Juiz de Fora, ela acontece junto ao Miss Brasil Gay, durante o Rainbow Fest e, por muito tempo, era só isso que sabia. Moro na cidade desde 2002 e só fui 2 vezes na Parada, sendo que, numa dessas vezes, fui olhar a distância. Na segunda ida, fiquei pouco tempo, a Parada em muitos momentos se transforma em Fervo, esquecem a Real mensagem que deve ser passada: a luta contra o preconceito.
Ano passado eu finalmente conheci os debates durante a semana de Rainbow Fest, sempre muito interessantes e educativos. Alguns falando sobre educação e o trabalho da luta contra o preconceito dentro de sala de aula, outros sobre mídia e política LGBT. O que me frustra durante todo o tempo do festival é que vemos milhares de pessoas na Parada, mas as salas de debates ficam vazias, com pouquíssimas pessoas, que estão realmente interessadas na luta contra o preconceito.
Cartaz do Juiz de Fora Rainbow Fest 2010
Temos o costume de acreditar que, se não passamos por bullying ou não somos expulsos de casa por causa da nossa orientação sexual, não há motivos para lutar, está tudo bem. Mas não é verdade, não é porque não passamos por preconceito que ele não existe e tudo é fervo e alegria. Toda semana escutamos alguma notícia ruim relacionada com intolerância contra pessoas da comunidade LGBT. Essa violência pode sim atingir qualquer um de nós, não apenas os próprios membros da comunidade ou familiares e/ou amigos desses membros.  Quant@s menin@s você não conhece que são heterossexuais e já foram ofendid@s com xingamentos homofóbicos? Somos tod@s vítimas desse problema, por isso que não podemos apenas aproveitar o fervo e as baladinhas LGBT, famosas por suas ótimas músicas.
Crédito - Agência Estado - Portal r7
De nada vale eu e você livres de preconceito, se algum Pit Boy pode machucar ou bater em um amigo, em um familiar ou em nós mesmos. Tudo pelo motivo torpe de não aceitar a orientação sexual presumida da vítima. De nada vale eu ou você considerarmos um casal homossexual como casad@s e passíveis de constituir uma família, se a justiça não dá direitos iguais a casais hetero e homoafetivos. É por isso tudo que precisamos lutar de verdade contra a homofobia e pelos direitos iguais a todos, independente da orientação sexual. Se você apoia a luta LGBT, milite de verdade, indo em debates e a mostrando que você tá na causa muito além das festas!

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